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Por que tão poucos fazem testamento e por que isso é um equívoco?

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Não existem estatísticas oficiais, porém é fato que no Brasil pouquíssimas pessoas deixam um testamento, único documento jurídico capaz de direcionar os bens da pessoa conforme sua vontade e maior conveniência, e não conforme as determinações da lei.

Entre os principais motivos para isso estão a preocupação com os custos, o receio de complicações no momento do inventário, a vontade de beneficiar cônjuge e herdeiros de forma igualitária, a existência de patrimônio que, ao ver da pessoa, não tem valor suficiente para justificar um testamento.

Todos esses motivos, porém, não são na maior parte dos casos realmente válidos para se dispensar a importância de um testamento. Os custos do testamento - que podem ser muito reduzidos no caso de testamento particular, que não se faz em cartório - em regra são totalmente superados pelos benefícios que traz para o processo sucessório e, principalmente, para a família.

Uma das vantagens que são mais ignoradas é a possibilidade de, mesmo mantendo as mesmas proporções previstas em lei, o testador optar por realizar uma divisão pré-determinada da herança, o que é um fator que reduzirá, em grande medida, a possibilidade de conflitos após a morte. Sem testamento, os herdeiros precisam entrar em acordo quanto ao modo de divisão de bens, e isso pode trazer atrasos, maiores custos legais e, principalmente, o sempre temido litígio familiar.

No testamento podem ser nomeados tutores para filhos menores, escolhida inventariante uma pessoa de absoluta confiança e capacidade, fixadas regras de cuidados paliativos na hipótese de doença terminal, entre outras disposições não patrimoniais importantíssimas.

Testar, enfim, é demonstrar atenção e cuidado para com os entes queridos, sendo um ato da maior relevância na vida de uma pessoa. 

Publicado em 26/10/20

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